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Arquidiocese de Belo Horizonte atende centenas de pessoas na semana do Dia Mundial dos Pobres

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Ação foi realizada em parceria com a Defensoria Pública de Minas Gerais

Por Anderson Pereira

O desempregado Alessandro Wilton, de 42 anos, acordou cedo com a família nesta quarta-feira. Antes das 8h, ele, a mulher Claudiana, e o filho Samuel, de seis meses, já estavam no Santuário Arquidiocesano Nossa Senhora da Conceição dos Pobres, no bairro Lagoinha, região Noroeste de Belo Horizonte.

A família, que atualmente mora num abrigo localizado no bairro Granja de Freitas, região Leste da capital, foi uma, entre várias, acolhidas hoje pela Arquidiocese de Belo Horizonte no Dia Mundial dos Pobres, celebrado oficialmente no próximo domingo (14) com o tema “Sentes compaixão?” e o lema “Sempre tereis pobres entre vós”, extraído de Mt. 14, 7.

Na ocasião, foram oferecidas doações de alimentos, café da manhã, almoço, roupas, calçados, corte de cabelo, assistência jurídica e psicossocial. A ação foi realizada em parceria com a Defensoria Pública de Minas Gerais e Santuário Arquidiocesano Nossa Senhora da Conceição dos Pobres.

O Vigário Episcopal para Ação Social, padre Júlio César Gonçalves Amaral, lembrou que a pobreza é uma triste realidade a ser combatida todos os dias do ano.

“O primeiro aspecto é dar visibilidade aos pobres. Quem são? Onde estão? O segundo é sensibilizar as pessoas para essa realidade e, a partir daí, criar um processo de solidariedade por meio de uma partilha que resulte em fraternidade”, disse o religioso.

O defensor público-geral do Estado, Gério Patrocínio Soares, também compareceu ao evento e falou da importância dessa parceria entre a Arquidiocese e o Judiciário.

“Esse é um trabalho de muita credibilidade desenvolvido pela Igreja. A nossa união de esforços é para dar visibilidade e dignidade para essas pessoas. Hoje é um marco nesse sentido”, disse Soares. A defensoria arrecadou alimentos e outros donativos em Belo Horizonte, Betim, Contagem, Brumadinho, Pedro Leopoldo e Confins.

Luta por direitos

Estudos revelam que, atualmente, existem cerca de 10 mil pessoas em situação de rua na capital mineira. A luta para garantir o direito dessas pessoas é fundamental, conforme explica a coordenadora da Pastoral de Rua, Claudenice Rodrigues Lopes.

“A nossa ação é ampla nesse sentido e o nosso trabalho busca garantir os direitos dessas pessoas, muitas vezes “invisíveis” na sociedade. Falta alimentação, moradia, saúde, escola, falta banheiro público. Às vezes, falta até água para beber. É preciso articular e criar políticas públicas para mudar essa realidade”, afirma Claudenice.

Lucinéia Agostinho, de 48 anos, era uma das pessoas que estiveram nesta quarta-feira no Santuário. Acompanhada pela amiga, Janete Vieira da Silva, de 53 anos, ela conta que não consegue receber o Bolsa Família há vários meses.

Desempregada há dois anos, Lucinéia, que é auxiliar de serviços gerais, mora, atualmente, na casa de uma amiga na região de Venda Nova. Segundo ela, o benefício ajudaria bastante nesse momento.

Já a dona Janete, está desempregada há dois anos. Nesse período, ela tem vendido água mineral nos sinais de trânsito da capital para completar a renda que recebe do benefício do governo.

Nesta quarta, ela tomou café da manhã na Arquidiocese e agradeceu o trabalho da Igreja. “Essa ação da Igreja faz toda a diferença na vida da gente. É muito importante esse trabalho de caridade e acolhimento”.