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Vencer preconceitos para ajudar: Pastoral da Aids é a presença cristã entre soropositivos para o HIV

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O ano de 2007 foi inesquecível para o motorista Rafael Roberto Silva, 40 anos. Naquela época, ele se desesperou ao ver o resultado de um exame de sangue de rotina: ele foi contaminado pelo vírus HIV. “Foi um momento muito difícil para mim. Não conseguia admitir que era soropositivo para o HIV. Convivi com esse fantasma durante muitos anos”, diz Rafael Silva. Ele conta que, nesse momento, a única filha o ajudou muito no processo de aceitação.

No ano de 2019, por meio das redes sociais, Rafael conheceu o trabalho da Pastoral da Aids. Passou a receber visitas regulares dos líderes. As atividades da Pastoral se reduziram durante a pandemia, mas o contato prosseguiu virtualmente. “Recebi muitas orientações e um apoio muito grande da Pastoral. Os líderes nos fazem manter uma relação olho no olho, com bastante sinceridade”, conta Rafael Silva. Além das instruções, Rafael recebeu cestas básicas e verduras, pois atualmente ele sofre com o desemprego.

Durante a pandemia, a Pastoral da Aids tem feito campanhas para arrecadar fraldas geriátricas e cestas básicas. As visitas aos soropositivos seguem normas de segurança preconizadas pelo Ministério da Saúde. O coordenador da Pastoral da Aids da Arquidiocese de Belo Horizonte, Julimar de Souza, diz que os desafios se multiplicaram devido à covid-19, já que a maior parte dos soropositivos integram o grupo mais vulnerável ao coronavírus. A Pastoral da Aids trabalha nas seguintes dimensões: cuidado, assistência, prevenção, solidariedade, combate ao preconceito e à discriminação. “As estatísticas confirmam que a Aids ainda é bastante letal e que é preciso tomar todo cuidado possível para prevenir a contaminação. É necessário que as informações sobre prevenção sejam bastante divulgadas”, explica Julimar Souza.

As propostas da Pastoral da Aids para o período pós-pandemia incluem o incremento do número de voluntários. “Sabemos que essa missão é espinhosa e cercada de muito desconhecimento e preconceito com relação às pessoas infectadas, mas temos esperança que muitos voluntários possam se solidarizar com a causa depois de conhecer várias histórias e dramas”, ressalta Julimar Souza. O projeto inclui a formação de voluntários por meio do estudo do Guia do Agente da Pastoral e de textos da edição Cadernos Abertos, que são publicações elaboradas a partir de seminários nacionais no campo da espiritualidade, prevenção e incidência política.